segunda-feira, 29 de abril de 2013

REA, Bibliografia anotada 1

Bibliografia Anotada 1

Peña, Maria de los Dolores J. , Meister, Izabel P., Ambrogi, Ingrid Hötte, Ranieri, Paulo, Nepunuceno, Marcos, Santos, Bruno Carvalho dos,(sd), Recursos Educacionais Abertos: nova cultura de produção e socialização de saberes no ciberespaço, disponível em: http://oer.kmi.open.ac.uk/?page_id=2115

Neste artigo, entende-se que o REA (Recurso Educacional Aberto) “não pode ser colocado apenas como um recurso isolado, mas entendido como capaz de conter em si implicações educacionais de caráter político, económico, legal, tecnológico e sociocultural num ecossistema sem o qual se estabelece um movimento no vazio, centrado em si mesmo, e corremos o risco de entendê-lo apenas pelo seu aspecto operativo, como componente ou insumo, e não parte de um processo”. Segundo a UNESCO “o acesso universal à educação de alta qualidade é a chave para a construção da paz, do desenvolvimento social e económico sustentável, e do diálogo intercultural”.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos (2002), defende que “a globalização pode por um lado difundir culturas de minorias distantes dos grandes centros urbanos, e por outro, ao mesmo tempo, torná-las pasteurizadas, fazendo com que as mesmas se apaguem em um universo homogeneizante”.
A tecnologia possibilitou a proliferação da educação e democratizou o acesso à educação e a recursos educacionais livres e abertos, denominados de REA.

Neste texto REA “são materiais de aprendizagem, ensino ou pesquisa que estão em domínio público ou liberados com uma licença de propriedade intelectual que permita a livre utilização, adaptação e distribuição, em qualquer suporte ou mídia, incluindo software para criação e gestão de conteúdos”.

O termo Recurso Educacional Aberto foi adotado no Fórum da UNESCO de 2002. Um pouco mais tarde, em 2005 a UNESCO cria OER Community wiki para dividir informações e trabalhos. Neste mesmo ano é criado o OpenCourseWare Consortium, uma comunidade mundial formada por instituições de educação e organizações associadas que tem como propósito o avanço do OpenCourseWare bem como o impacto que este tem na educação global.

Em 1999, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) levanta a hipótese de usar a internet para promover o conhecimento e educar os estudantes e em 2000 propõe o OCW (OpenCourseWare) como plataforma para inserir os seus cursos de forma aberta. Hoje são disponibilizados mais de 2000 cursos.

Em 2008, o Projeto sobre Recursos Educacionais Abertos “Desafios e Perspectivas”, no Brasil, foi um dos pioneiros a tentar apropriar-se da realidade e das perspectivas brasileiras numa discussão internacional sobre o assunto.

Sob o ponto de vista político e de direitos de autor os REA são do domínio público e licenciados de maneira aberta.

É também abordado neste texto a legislação brasileira, sobre os direitos de autor e a forma como se enquadra legalmente os REA.

Com a criação dos Creative Commons, em 2001, uma organização que busca dar suporte e infraestrutura legal para a distribuição de criações digitais, vem dar aos REA um apoio que até então não era possível. São estas licenças legais (CC licenças) que permitem o uso e o compartilhamento de materiais que, em um olhar ampliado, ajudam a promover o compartilhamento do conhecimento. O acesso aberto a estes recursos deve ser dado por um conjunto de condições que propiciem ações criativas de construção de REA e de compartilhamento destes recursos para contribuir para uma educação aberta ao longo da vida e de forma consistente.

Refere-se então alguns REA: o Portal dos professores em língua portuguesa lançado em 2008, com o intuito de apoiar os processos de formação dos professores brasileiros e enriquecer a sua prática pedagógica; O Jornal do Professor, um espaço informativo que retrata quinzenalmente, temas relacionados com a Educação; O Conteúdo multimídia com diversos recursos editados em diferentes linguagens como simulação, animação, vídeos, experimentos práticos, mapas, infográficos; Os Cursos e Materiais disponibiliza diversos cursos e materiais para aprimorar e subsidiar a aula; O  Interação e Colaboração um espaço onde os profissionais da educação podem interagir por meio de chat, blog, fórum entre outros; O Links um espaço que disponibiliza diversos sites e portais, (nacionais e internacionais), principalmente educacionais; A Plataforma Freire um espaço informativo destinado a consultas do Plano Nacional de formação de professores da educação básica brasileira.

É ainda referenciado O iTune como um agregador de REA. Os REA disponíveis no iTunes são de nível escolar superior e de escola básica. Contrariando a política de abertura do REA encontramos a impossibilidade de acesso a este catálogo de forma completa em dispositivos que não são do sistema Apple o que cria uma contradição entre a proposta política de REA e a ação.

Refere-se oYouTube EDU que é considerado REA editados na linguagem audiovisual destinados para a educação.

O Youtube Teachers que integra o YouTube EDU e o YouTube for schools que agrega centenas de listas de vídeos direcionados à educação. O youtube permite a licença creative commons que é um primeiro passo nesta direção porque permite a modificação do audiovisual pela inserção de legenda (no próprio YouTube), mas por outro lado, não permite o download e portanto a possibilidade de duplicação ou a remistura do material, que são barreiras para a fluidez da cultura de REA.

Refere-se ainda o REA em Jornalismo onde se parte do pressuposto de que notícias, na visão de Okada, Mikroyannidis, Meister e Little também podem ser recursos de informação aberta.

Em 2005 é criado o portal de notícias uma espécie de cruzamento entre blog (agregador de blogs), diário e comunidade com uma produção diária, 24 horas por dia.

Refere-se o Wikinews lançado em 2004, sendo este apresentado como proposta de “não ter chefes” e qualquer pessoa poder publicar textos, num sistema que os mais tradicionalistas chamariam de anarquia no jornalismo.

As notícias podem ser recursos de aprendizagem a partir do momento em que a cibercultura possibilita a participação de todos nos relatos que podem ser de todos mediante as ampliações, modificações e recriações.

“O REA não pode ser entendido como um recurso operacional sob o risco de colocá-lo em um movimento recursivo no vazio, como insumo, centrado em si mesmo. Deve, ao contrário, ser percebido como parte de um ciclo virtuoso da educação como direito e do conhecimento como um bem público”.



Ao analisarmos este artigo ficamos com uma ideia mais clara da definição de REA e da sua evolução.

Faz-nos um enquadramento histórico do seu aparecimento e desenvolvimento, e apresenta-nos uma nova posição o REA no jornalismo.

Ao fazer um enquadramento legal, remete-nos obigatóriamente para as licenças destes recursos, explicando bem, os CC. Ao fazer o enquadramento legal, é referida a legislação brasileira, que não é tão diferente da europeísta, pelo menos no ponto do copyright.

Apresentam-nos alguns projetos desenvolvidos naquele país que serão sempre bons exemplos para se aprofundar conhecimentos e clarificar ideias para projetos de REA atuais e para projetos futuros.

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