A Cibercultura
Estamos na era da globalização
económica, pelo crescimento das redes de comunicação e transportes, que tende a
formar uma única comunidade mundial. Esta comunidade utiliza e utilizará o
ciberespaço como promotor de crescimento coletivo, tanto da rede como do saber.
Lévy, define a inteligencia distribuída na rede sempre valorizada, coordenada em tempo real, que
resulta em aprendizgens efetivas das competências lá expostas e cujo objectivo
é a evolução de todas as pessoas. Ao
pensar na Cibercultura descrita por Lévy, vamo-nos lembrando de profissões que
se realizam virtuamente, onde os contactos são virtuais, geralmente com correio
eletrónico, onde os colegas estão fisicamente distantes mas virtualmente próximos,
usando-se redes sociais, programas de conversação instantânea, servindo estas
para nos mantermos atualizados e informados de tudo o que gira no ciberespaço.
A comunicação e informação
constituem dimensões vitais da nossa vida cultural. Para isto é necessário uma
comunicação transparente e imediata. Pessoas tecnologicamente evoluidas ou pelo
menos minimamente dominadoras das tecnologias, que dominem a entrada na rede e
que saibam estar na rede e que saiba estar em grupo com abertura para mudanças,
como afirma Levy “Ou superamos um novo
limite, uma nova etapa da hominização, inventando algum atributo do humano tão
essencial quanto à linguagem, mas em escala superior, ou continuamos a nos
comunicar por meio da mídia e pensar em instituições separadas umas das outras,
que organizam, além disso, o sufocamento e a divisão das inteligências” (Lévy,
Cibercultura, p. 16).
Se analizarmos a internet, ela
hoje tem tudo e geralmente na internet pode-se tudo, está tudo à distancia de
um clic. As pessoas cada vez mais têm acesso à tecnologia, que cada vez está
mais barata, o que levou a tudo estar ligado, os PC, os telémoveis, as
televisões o que faz com que no ciberespaço coabitem pessoas, máquinas,
objetos, monumentos, cidades, etc. Estas evoluções têm-se vindo a acentuar nas
últimas décadas do séc. XX.
Na cibercultura somos geralmente
estimulados a produzir, a partilhar, a distribuir conteúdos. Como Levy afirma “a internet é um dos mais
fantásticos exemplos de construção cooperativa internacional.” (Lévy, Cibercultura, pág.
126). A obra virtual é “aberta” por construção. (Lévy, Cibercultura, pág. 136).
Pierre Lévy caracteriza a Cibercultura
por um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensar e valores que
se desenvolvem conjuntamente com o crescimento do ciberespaço. O Ciberespaço ou
rede é caraterizado como novo meio de comunicação que resulta da interligação
mundial de computadores.
Tal como Noé, e perante a Internet,
sentimo-nos à deriva num mar de informação, sem saber por vezes quais as
informações fundamentais a conservar na referida arca.
As comunidades virtuais de
aprendizagem apoiam-se na interligação, construída a partir de afinidades de
interesses, de partilha, cooperação ou troca, ou seja, terá de existir uma
identidade comum independentemente do local e do espaço.
O ciberespaço que resulta da
interligação mundial dos computadores, onde existe a infraestrutura e a
informação, onde circulam as pessoas que vão alimentando esse “universo” que se
está a tornar global com manifestações culturais distintas das anteriores mas
onde as mensagens se aproximam novamente dos contextos orais e são mais
directas e facilmente interpretáveis, permite uma comunicação permanente entre os
seres humanos, possibilitando assim a constante reinterpretação dessas mesmas
mensagens.
Temos de reconhecer as “mudanças
qualitativas” e “o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de
comunicação para a vida social e cultural”.
A cibercultura não irá resolver
problemas da humanidade, mas irá demonstrar a possibilidade de explorarmos
novas potencialidades e possibilidades, para isso devemos manter um espírito
aberto e receptivo à mudança. A grande quantidade de informação da nova era
em conjunto com crescimento demográfico, não deve constituir uma ameaça, deve
ser levado para o nosso enrrequecimento pessoal de forma a estabelecer relações
fortes e duradouras entre os seres humanos.
Como refere Levy, cabemos todos nas
várias arcas, que se entrelaçam e comunicam, mas cada uma preserva a sua
própria identidade e diversidade. É necessário ensinar as pessoas, os filhos a
sobreviver ao dilúvio, ao mar de informação ensinando-os a filtrar o essencial
do superfulo.
Para Lévy “é impossível separar o
humano do seu ambiente material”. Assim a produção, integração e utilização das
tecnologias, em conjunto com a “emergência do ciberespaço”, são facilitadoras,
se não a grande responsável, pela evolução da civilização.
Para Levy o ciberespaço é “um dos
instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência
colectiva, apesar de por vezes a interacção digital poder proporcionar
“sobrecarga cognitiva”, dependência, centralismo, exploração ou mesmo
conformismo. Lévy conclui que a inteligência colectiva poderá ser
simultaneamente um “remédio” ou um “veneno”.
“A grande questão da
cibercultura, tanto no plano de redução de custos como no acesso a todos à
educação, não é tanto a passagem do presencial à distância, nem do escrito e
oral tradicionais à multimédia. É a transição de uma educação e uma formação
estritamente institucionalizada ( a escola, a universidade) para uma situação
de troca generalizada dos saberes, o ensino da sociedade por ela mesma,
auto-sustentável, móvel e contextual das competências. Nesse quadro, o papel
dos saberes públicos deveria ser: garantir a todos uma formação elementar de
qualidade.” (Lévy, Cibercultura, pág. 172).
EXEMPLOS DE CIBERCULTURA:
Música
O mundo da música tem vindo a
mudar. Hoje, um artista, cria um CD e é facilmente publicitado, basta fazer um
upload num site e este é visto por milhões de pessoas em todo o mundo. Qualquer
pessoa em casa com um PC faz uma gravação de uma música, ou edita-a, altera-a e
da mesma forma publica-a. O mundo da musica tornou-se digital. Encontramos na
Web, toda a multiculturalidade musical do planeta. Agora não se compram discos,
cassetes, ou CD’s, compram-se músicas através
de downloads, que geralmente são carregados em leitores de MP3, Ipod, Ipad,
PC,etc,etc,etc.
A indústria musical mudou e tem
de se adaptar às novas realidades. Os artistas editam músicas com o objetivo de
fazer concertos. Nada melhor que a web para diversificar, expandir e obter
feedbacks: da qualidade, da dimensão, da aceitação, do sucesso que determinado
álbum tem ou está a ter.
É comum obtermos na web “Live
concerts” em toda a parte do mundo, com um simples PC ligado á internet.
A música é expandida, divulgada,
alterada, trabalhada, criada, difundida na rede Web 2.0.
Streaming
Com a inovação tecnológica surgem
novas oportunidades. Esta é mais uma. Quero com isto dizer que com uma simples
web cam, fazemos uma transmissão em direto de qualquer coisa que pretendamos,
bastando a Webcam, um PC, ligação á internet e um registo num site de
streaming, que geralmente tem registo gratuito uma aplicação para instalar,
para difundirmos o nosso Live broadcast, numa rede frequentada por milhões de
pessoas em todo o mundo transmitimos em direto uma emissão de audio e video em
tempo real, com as limitações que a rede possa ter, mas que geralmente estão em
sintonia com o mundo.
Repare-se na simplicidade com que
podemos gravar e difundir audio e video, coisa que não à muito tempo requeria
diversos aparelhos com ligações a satélite e câmaras caras de alta definição e
com um conjunto de custos elevados.
Com esta tecnologia vejam a
simplicidade de transmitir um colóquio ou um seminário ou uma palestra ou uma
entrevista em qualquer sítio do mundo com as ferramentes já enumeradas.
A educação em rede
Cada vez mais existem comunidades
de aprendizagem na Web, designando-se por
ensino à distância . Cada vez mais é
necessário estarmos em constante formação, ou porque o trabalho assim exige ou
porque temos de subir na carreira ou porque mudamos de emprego, por um sem
numero de fatores que influenciam a nossa educação e formação que nos leva a
termos necessidade de conhecer e de aprender, com o menor custo possível, com a
maior flexibilidade de horário possivel o que nos leva a instituições e
empresas que se reorganizaram para permitir o ensino on-line. A própria
Universidade Aberta com o seu modelo de ensino à distância é, provavelmente, o
melhor exemplo de cibercultura de grande sucesso, onde existe comunicação
assincrona, síncrona, com partilha, reflexão e constante mutação de documentos,
que vão sendo estudados, pesquisados, alterados, debatidos e muitas vezes
melhorados, nesse ciberespaço cibercultural.
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