sábado, 8 de dezembro de 2012

Cibercultura


A Cibercultura

Estamos na era da globalização económica, pelo crescimento das redes de comunicação e transportes, que tende a formar uma única comunidade mundial. Esta comunidade utiliza e utilizará o ciberespaço como promotor de crescimento coletivo, tanto da rede como do saber. Lévy, define a inteligencia distribuída na rede sempre  valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em aprendizgens efetivas das competências lá expostas e cujo objectivo é a evolução  de todas as pessoas. Ao pensar na Cibercultura descrita por Lévy, vamo-nos lembrando de profissões que se realizam virtuamente, onde os contactos são virtuais, geralmente com correio eletrónico, onde os colegas estão fisicamente distantes mas virtualmente próximos, usando-se redes sociais, programas de conversação instantânea, servindo estas para nos mantermos atualizados e informados de tudo o que gira no ciberespaço.
A comunicação e informação constituem dimensões vitais da nossa vida cultural. Para isto é necessário uma comunicação transparente e imediata. Pessoas tecnologicamente evoluidas ou pelo menos minimamente dominadoras das tecnologias, que dominem a entrada na rede e que saibam estar na rede e que saiba estar em grupo com abertura para mudanças, como afirma Levy  “Ou superamos um novo limite, uma nova etapa da hominização, inventando algum atributo do humano tão essencial quanto à linguagem, mas em escala superior, ou continuamos a nos comunicar por meio da mídia e pensar em instituições separadas umas das outras, que organizam, além disso, o sufocamento e a divisão das inteligências” (Lévy, Cibercultura, p. 16).
Se analizarmos a internet, ela hoje tem tudo e geralmente na internet pode-se tudo, está tudo à distancia de um clic. As pessoas cada vez mais têm acesso à tecnologia, que cada vez está mais barata, o que levou a tudo estar ligado, os PC, os telémoveis, as televisões o que faz com que no ciberespaço coabitem pessoas, máquinas, objetos, monumentos, cidades, etc. Estas evoluções têm-se vindo a acentuar nas últimas décadas do séc. XX.
Na cibercultura somos geralmente estimulados a produzir, a partilhar, a distribuir conteúdos.  Como Levy afirma “a internet é um dos mais fantásticos exemplos de construção cooperativa internacional.” (Lévy, Cibercultura, pág. 126). A obra virtual é “aberta” por construção. (Lévy, Cibercultura, pág. 136).
Pierre Lévy caracteriza a Cibercultura por um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensar e valores que se desenvolvem conjuntamente com o crescimento do ciberespaço. O Ciberespaço ou rede é caraterizado como novo meio de comunicação que resulta da interligação mundial de computadores.
 Tal como Noé, e perante a Internet, sentimo-nos à deriva num mar de informação, sem saber por vezes quais as informações fundamentais a conservar na referida arca.
As comunidades virtuais de aprendizagem apoiam-se na interligação, construída a partir de afinidades de interesses, de partilha, cooperação ou troca, ou seja, terá de existir uma identidade comum independentemente do local e do espaço.
O ciberespaço que resulta da interligação mundial dos computadores, onde existe a infraestrutura e a informação, onde circulam as pessoas que vão alimentando esse “universo” que se está a tornar global com manifestações culturais distintas das anteriores mas onde as mensagens se aproximam novamente dos contextos orais e são mais directas e facilmente interpretáveis,  permite uma comunicação permanente entre os seres humanos, possibilitando assim a constante reinterpretação dessas mesmas mensagens.
Temos de reconhecer as “mudanças qualitativas” e “o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural”.
A cibercultura não irá resolver problemas da humanidade, mas irá demonstrar a possibilidade de explorarmos novas potencialidades e possibilidades, para isso devemos manter um espírito aberto e receptivo à mudança. A grande quantidade de informação da nova era em conjunto com crescimento demográfico, não deve constituir uma ameaça, deve ser levado para o nosso enrrequecimento pessoal de forma a estabelecer relações fortes e duradouras entre os seres humanos.
Como refere Levy, cabemos todos nas várias arcas, que se entrelaçam e comunicam, mas cada uma preserva a sua própria identidade e diversidade. É necessário ensinar as pessoas, os filhos a sobreviver ao dilúvio, ao mar de informação ensinando-os a filtrar o essencial do superfulo.
Para Lévy “é impossível separar o humano do seu ambiente material”. Assim a produção, integração e utilização das tecnologias, em conjunto com a “emergência do ciberespaço”, são facilitadoras, se não a grande responsável, pela evolução da civilização.
Para Levy o ciberespaço é “um dos instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência colectiva, apesar de por vezes a interacção digital poder proporcionar “sobrecarga cognitiva”, dependência, centralismo, exploração ou mesmo conformismo. Lévy conclui que a inteligência colectiva poderá ser simultaneamente um “remédio” ou um “veneno”.
“A grande questão da cibercultura, tanto no plano de redução de custos como no acesso a todos à educação, não é tanto a passagem do presencial à distância, nem do escrito e oral tradicionais à multimédia. É a transição de uma educação e uma formação estritamente institucionalizada ( a escola, a universidade) para uma situação de troca generalizada dos saberes, o ensino da sociedade por ela mesma, auto-sustentável, móvel e contextual das competências. Nesse quadro, o papel dos saberes públicos deveria ser: garantir a todos uma formação elementar de qualidade.” (Lévy, Cibercultura, pág. 172).
 

EXEMPLOS DE CIBERCULTURA:

Música

O mundo da música tem vindo a mudar. Hoje, um artista, cria um CD e é facilmente publicitado, basta fazer um upload num site e este é visto por milhões de pessoas em todo o mundo. Qualquer pessoa em casa com um PC faz uma gravação de uma música, ou edita-a, altera-a e da mesma forma publica-a. O mundo da musica tornou-se digital. Encontramos na Web, toda a multiculturalidade musical do planeta. Agora não se compram discos, cassetes, ou  CD’s, compram-se músicas através de downloads, que geralmente são carregados em leitores de MP3, Ipod, Ipad, PC,etc,etc,etc.
A indústria musical mudou e tem de se adaptar às novas realidades. Os artistas editam músicas com o objetivo de fazer concertos. Nada melhor que a web para diversificar, expandir e obter feedbacks: da qualidade, da dimensão, da aceitação, do sucesso que determinado álbum tem ou está a ter.
É comum obtermos na web “Live concerts” em toda a parte do mundo, com um simples PC ligado á internet.
A música é expandida, divulgada, alterada, trabalhada, criada, difundida na rede Web 2.0.
 

Streaming

Com a inovação tecnológica surgem novas oportunidades. Esta é mais uma. Quero com isto dizer que com uma simples web cam, fazemos uma transmissão em direto de qualquer coisa que pretendamos, bastando a Webcam, um PC, ligação á internet e um registo num site de streaming, que geralmente tem registo gratuito uma aplicação para instalar, para difundirmos o nosso Live broadcast, numa rede frequentada por milhões de pessoas em todo o mundo transmitimos em direto uma emissão de audio e video em tempo real, com as limitações que a rede possa ter, mas que geralmente estão em sintonia com o mundo.
Repare-se na simplicidade com que podemos gravar e difundir audio e video, coisa que não à muito tempo requeria diversos aparelhos com ligações a satélite e câmaras caras de alta definição e com um conjunto de custos elevados.
Com esta tecnologia vejam a simplicidade de transmitir um colóquio ou um seminário ou uma palestra ou uma entrevista em qualquer sítio do mundo com as ferramentes já enumeradas.


A educação em rede

Cada vez mais existem comunidades de aprendizagem na Web, designando-se  por ensino à distância .  Cada vez mais é necessário estarmos em constante formação, ou porque o trabalho assim exige ou porque temos de subir na carreira ou porque mudamos de emprego, por um sem numero de fatores que influenciam a nossa educação e formação que nos leva a termos necessidade de conhecer e de aprender, com o menor custo possível, com a maior flexibilidade de horário possivel o que nos leva a instituições e empresas que se reorganizaram para permitir o ensino on-line. A própria Universidade Aberta com o seu modelo de ensino à distância é, provavelmente, o melhor exemplo de cibercultura de grande sucesso, onde existe comunicação assincrona, síncrona, com partilha, reflexão e constante mutação de documentos, que vão sendo estudados, pesquisados, alterados, debatidos e muitas vezes melhorados, nesse ciberespaço cibercultural.

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